segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

FAZ CESÁRIA: É TRANQUILO, VOCÊ NÃO SENTE NADA.


Quantas vezes você já não ouviu isso por aí? 

Mas o que há por detrás deste conselho aparentemente inocente e gentil?

Convido você a parar por um instante e tentar analisar a problemática deste discurso.

Leia de novo: “Faz cesárea, é tranqüilo, você não vai sentir nada.”

Percebeu onde está o problema?

Não?

O problema está justamente na escolha de não sentir nada.

Por que alguém opta por passar por uma das experiências mais transformadoras da vida, sem sentir nada?

Por que insistimos em nos privar de nossas sensações, nossas emoções, nossos sentimentos?

Seja nos justificando ou nos escondendo atrás de um medo (ou vários deles), optamos por nos deixar anestesiar e seguimos a vida “sem sentir nada”. Ou sentindo quase nada, ou sentindo muito pouco.

É por essas e por outras que a humanidade está perdendo a sua capacidade de sentir. Estamos perdendo a capacidade de nos sensibilizar diante da vida. Estamos evitando cada vez mais viver os nossos sentimentos, nossas emoções. Estamos evitando as sensações.

Por medo de nos entregar à vida, estamos nos entregando - sem que a gente perceba - cada vez mais ao uso de drogas lícitas e ilícitas, que nos torporizam e, supostamente, nos ajudam a viver melhor.

Se encarássemos nossos medos de frente e mergulhássemos de cabeça - abertos e conscientes - em todas as experiências de nossas vidas, acredito que nos tornaríamos seres humanos mais sensíveis, mais bem preparados e bem melhores no trato consigo mesmo e conseqüentemente com os outros.

O que vamos sentir? O que vamos aprender? Só vivendo (de verdade) para saber.

Claudia A. Xavier
Mãe da Olívia nascida de Parto Domiciliar 
É Terapeuta de Orientação Transpessoal e Desenvolve Programas de Gestação Consciente e Preparação para o Parto 

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